Quanto tempo posso rodar com o pneu estepe?
Entenda por que o estepe é apenas uma solução temporária, os riscos de rodar demais com ele e quando é hora de voltar ao pneu original.
Imagine a cena: você está dirigindo tranquilamente, sente o carro puxar para o lado e percebe que um pneu furou.
Depois de alguns minutos de trabalho e talvez um pouco de suor, o estepe está instalado e você segue viagem. Nesse momento, muita gente pensa: “Já que o carro está rodando, posso deixar assim por uns dias”.
E é aí que começa o problema.
O estepe foi projetado como uma solução emergencial. Ele existe para que você possa sair de uma situação de risco, chegar a um local seguro ou a uma oficina e resolver o problema do pneu danificado.
Não importa se é um modelo convencional, igual aos outros pneus do carro, ou o famoso “fininho”, a função dele não é substituir permanentemente o pneu original.
Temporário ou convencional: existe diferença?

O estepe temporário, comum em carros mais novos, é mais estreito, ocupa menos espaço no porta-malas e costuma ter um limite de velocidade bem claro, normalmente até 80 km/h.
Essa limitação existe porque sua estrutura não foi feita para suportar longos períodos de uso, nem altas velocidades.
Já o estepe convencional, igual aos pneus originais, dá um pouco mais de tranquilidade, mas não significa que você possa rodar indefinidamente com ele.
Diferenças de desgaste e calibragem em relação aos outros pneus podem afetar a estabilidade, o consumo de combustível e até componentes mecânicos como suspensão e diferencial.
>>Leia também: Quando e como calibrar os pneus?
Quanto tempo é seguro rodar com o estepe?
A resposta curta é: o mínimo possível. Com um estepe temporário, o ideal é não ultrapassar 80 km de percurso e manter a velocidade abaixo do limite indicado no próprio pneu.

Com um estepe convencional, você pode rodar mais um pouco, mas isso não significa adiar por semanas a troca ou o reparo do pneu original. Quanto antes resolver, melhor para a sua segurança e para o carro.
Rodar longas distâncias com o estepe pode comprometer a dirigibilidade, especialmente em curvas e pistas molhadas.
No caso dos temporários, a área de contato menor reduz a aderência, aumentando a distância de frenagem. Já no caso dos convencionais, a diferença de desgaste entre os pneus pode sobrecarregar a suspensão.
Por que não arriscar?
Além dos riscos mecânicos e de segurança, rodar com o estepe por muito tempo pode levar a uma multa se o pneu estiver em condições inadequadas.
No Brasil, rodar com um pneu em más condições, incluindo o estepe, pode gerar autuação com base no Artigo 230, inciso XVIII do CTB, que proíbe conduzir o veículo em mau estado de conservação, comprometendo a segurança.
No caso de pneus, a Resolução 558/80 do Contran estabelece que a profundidade mínima dos sulcos deve ser de 1,6 mm. Se o pneu do estepe estiver abaixo desse limite ou apresentar desgaste irregular, bolhas, cortes ou exposição de lonas, ele é considerado impróprio para uso.
A infração é grave, com:
- Multa de R$ 195,23
- 5 pontos na CNH
- Retenção do veículo até que o pneu seja substituído
Ou seja, se você continuar rodando com o estepe por muito tempo e ele se desgastar a ponto de ficar fora dos padrões, pode acabar sendo multado, mesmo que seja o pneu “reserva”.
Outro ponto importante: se você precisar acionar o seguro ou passar por uma vistoria, o uso prolongado do estepe pode gerar questionamentos sobre a manutenção do veículo. Em resumo, o barato de adiar o reparo pode sair caro.
Estepe pronto para ação: cuidados que fazem a diferença
Usar o estepe parece simples: basta trocar o pneu e seguir viagem. Mas, na prática, alguns cuidados podem evitar dor de cabeça.
O primeiro é conferir a pressão antes de instalar e isso vale mesmo para situações de emergência. Não é raro o motorista descobrir, no pior momento possível, que o estepe estava esquecido no porta-malas e completamente murcho.

Também é fundamental respeitar o limite de velocidade indicado no pneu ou no manual do carro, principalmente se for um modelo temporário, mais estreito.
Essa limitação não é frescura: ela garante que o pneu suporte o trajeto com segurança. Também vale evitar estradas esburacadas, trechos de terra e viagens longas enquanto o estepe estiver em uso, já que ele não foi projetado para enfrentar condições severas.
E um detalhe que muita gente ignora: o estepe também precisa de manutenção. Inclua a calibragem dele na sua rotina, junto com os demais pneus. Assim, quando chegar o momento de precisar dele, você terá a tranquilidade de saber que está pronto para rodar com segurança.
O papel certo do estepe no seu carro
O estepe é como um salva-vidas: indispensável em uma emergência, mas não feito para navegar por muito tempo.
Usá-lo além do necessário coloca sua segurança e a do carro em risco, além de poder gerar custos extras no futuro. Assim que possível, conserte ou substitua o pneu danificado e coloque o estepe de volta no lugar, pronto para ajudar quando realmente for necessário.
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