Posso andar com o IPVA vencido? Guia completo para evitar multas
IPVA vencido gera multa, pontos na CNH, bloqueia o licenciamento e pode levar ao recolhimento do veículo. Saiba o que acontece e como regularizar.
O IPVA vencido levanta uma das dúvidas mais comuns entre motoristas: posso andar com o carro nessa situação? A resposta envolve regras claras e consequências que afetam desde a circulação diária até a possibilidade de vender ou transferir o veículo.
Se você já tem um carro com IPVA atrasado ou está avaliando comprar um seminovo, entender como funcionam prazos, multas e retenção é essencial.
A falta de pagamento não bloqueia automaticamente o uso do veículo, mas pode gerar problemas sérios durante uma abordagem, além de impedir serviços básicos.
Neste artigo, você encontra um guia objetivo sobre o que realmente acontece quando o IPVA está vencido, o que a lei permite e como regularizar a situação.
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O que realmente acontece quando o IPVA está vencido?
Quando o IPVA está vencido, o carro ainda circula, mas passa a operar em situação irregular. Em uma abordagem, o motorista recebe multa gravíssima, no valor de 293,47 reais, além de 7 pontos na CNH.
A autoridade pode reter o veículo até que a documentação seja regularizada, o que inclui o pagamento do IPVA, da taxa de licenciamento e eventuais débitos pendentes, como multas anteriores.

A irregularidade também impede a emissão do CRLV, bloqueia a venda ou transferência do veículo e dificulta serviços como alteração de endereço, comunicação de venda e atualização de dados no Detran.
Mesmo que o carro continue rodando normalmente, a pendência gera riscos imediatos na fiscalização e aumenta o custo final para colocar a documentação em ordem.
Por isso, entender exatamente o que acontece com o IPVA vencido ajuda a evitar gastos inesperados, restrições no trânsito e problemas na hora de comprar ou vender um carro seminovo.
Posso andar com o carro com o IPVA vencido?
A circulação é permitida apenas até o vencimento do licenciamento anual. Ou seja, mesmo com o IPVA atrasado, o carro só pode rodar enquanto o licenciamento do ano anterior ainda estiver válido.
Assim que o prazo do licenciamento expira, o veículo passa a estar totalmente irregular e não pode circular em hipótese alguma.
Na prática, muitos motoristas acreditam que apenas o atraso do IPVA já impede o uso imediato do carro, mas o que determina a proibição é o CRLV desatualizado, já que ele só é emitido após o pagamento do imposto.
Por isso, mesmo que o veículo não seja bloqueado automaticamente após o vencimento, qualquer fiscalização identifica a pendência e aplica a infração gravíssima prevista no Código de Trânsito.
O ponto central é simples: IPVA vencido não bloqueia instantaneamente a circulação, mas a falta de licenciamento atualizado transforma o uso do veículo em uma infração séria, com risco real de multa, pontuação e retenção. Mantê-lo em dia evita transtornos e garante que o carro possa rodar sem impedimentos.
Como o IPVA vencido afeta o licenciamento do veículo?
O licenciamento anual só é liberado após a quitação do IPVA, do seguro obrigatório quando aplicável e das taxas estaduais. Quando o imposto está vencido, o Detran não emite o CRLV, documento obrigatório para circulação.
Isso significa que o carro continua rodando apenas enquanto o licenciamento anterior permanece válido. Assim que o prazo expira, qualquer circulação passa a ser considerada infração gravíssima, com multa, pontos e retenção do veículo.

O carro pode ser apreendido?
A apreensão do veículo acontece quando o motorista circula com o licenciamento anual vencido, situação que ocorre automaticamente quando o IPVA não é pago. O Código de Trânsito classifica essa conduta como infração gravíssima e permite que o agente retenha o veículo para regularização imediata.
Na prática, o motorista raramente consegue resolver no local, já que o sistema só libera o CRLV após a compensação bancária.
Quando a regularização não é possível na hora, o carro é recolhido ao pátio. A partir desse momento, o proprietário acumula custos adicionais: taxa de remoção, diárias do pátio e os valores referentes ao IPVA atrasado, ao licenciamento e a eventuais multas.
Em alguns estados, o veículo pode ser leiloado se não for retirado dentro do prazo legal, geralmente de 60 a 90 dias, o que reforça a importância de manter a situação documental atualizada.
Outro ponto relevante é que o veículo apreendido com IPVA vencido não pode ser retirado por terceiros sem documentação atualizada. O proprietário precisa apresentar comprovante de quitação, CNH válida e comprovante de propriedade.
Em muitos estados, o processo também exige vistoria para liberação. Isso torna a apreensão um dos cenários mais custosos e burocráticos relacionados ao não pagamento do imposto.
IPVA atrasado vai para dívida ativa?
O IPVA atrasado é inscrito em dívida ativa quando o débito permanece em aberto por um período determinado pela legislação estadual. Na maioria dos estados, a inscrição acontece no ano seguinte ao vencimento, mas alguns encaminham a cobrança em poucos meses.
Após a inclusão, o débito deixa de ser administrado pela Fazenda e passa para a Procuradoria Geral do Estado, que transforma o valor original em um processo de cobrança mais severo.
A inscrição em dívida ativa acrescenta multa de mora, juros calculados pela Selic e honorários advocatícios, que variam entre 10$ e 20%dependendo da legislação local. O contribuinte também pode ser alvo de protesto em cartório e ter o CPF negativado.
Em casos mais avançados, a Procuradoria pode mover uma execução fiscal, o que permite bloquear valores em conta, penhorar bens e até restringir movimentações financeiras.
Outro ponto importante é que, mesmo com a inscrição em dívida ativa, o débito continua impedindo a emissão do licenciamento anual e a transferência do veículo. Isso significa que o IPVA atrasado gera dois problemas simultâneos: restrições na documentação do carro e consequências fiscais na pessoa física.
Quanto mais longo o atraso, maiores são os custos e mais complexo se torna o processo de regularização, principalmente se o veículo já estiver impedido de circular.
Posso parcelar o IPVA vencido?
O parcelamento do IPVA vencido é permitido na maior parte dos estados e pode ser feito diretamente no site da Fazenda estadual.
As regras variam de acordo com cada unidade da federação, mas normalmente incluem número mínimo e máximo de parcelas, valor mínimo da parcela e exigência de não haver processos de cobrança já iniciados.
Quando o débito ainda não foi inscrito em dívida ativa, o parcelamento costuma ser mais simples e com juros menores.
Outra alternativa é o pagamento via cartão de crédito, oferecido por empresas credenciadas. Nesse modelo, o condutor pode dividir o valor do IPVA, do licenciamento e de eventuais multas em várias parcelas, geralmente com aprovação imediata. O CRLV é liberado após a confirmação do pagamento pela credenciadora, o que agiliza a regularização.
O ponto de atenção é que, ao contrário do parcelamento oficial, esse método inclui juros da operadora e encargos que elevam o valor final.
Se o débito já estiver em dívida ativa, o parcelamento passa a ser feito diretamente com a Procuradoria Geral do Estado. Nessa etapa, as condições costumam ser mais rígidas e incluem juros acumulados pela Selic e honorários de cobrança.
Por isso, quanto antes o motorista regulariza o IPVA, maiores são as chances de conseguir condições mais favoráveis.

Como calcular multa de mora, juros e atualização pela Selic
Quando o IPVA atrasa, o imposto sofre três acréscimos principais: multa de mora, juros mensais e atualização pela taxa Selic. A multa de mora geralmente começa em 0,33% ao dia, limitada a 20% do valor do imposto, dependendo da legislação estadual.
Esse percentual incide a partir do primeiro dia após o vencimento.
Além da multa, incidem juros mensais calculados com base na Selic acumulada, que é a taxa básica de juros do país. Cada estado determina exatamente como aplica a atualização, mas o cálculo costuma considerar a Selic acumulada desde o mês seguinte ao vencimento até o mês anterior ao pagamento, acrescida de um juro adicional de 1% referente ao mês do pagamento.
Em estados que utilizam atualização automática, o sistema financeiro da Fazenda gera a guia com todos os valores corrigidos. Já em estados que exigem simulação manual, o motorista deve consultar o valor atualizado no portal da Fazenda para garantir o pagamento correto.
Essa combinação de multa, juros e Selic explica por que o IPVA atrasado aumenta rapidamente, reforçando a importância de não deixar o imposto acumular por longos períodos.
Este artigo foi útil? Entender o que acontece com o IPVA vencido ajuda a evitar custos inesperados, apreensão do veículo e restrições que comprometem a rotina do motorista.
Regularizar o imposto e manter o licenciamento sempre atualizado garante segurança jurídica, permite circular sem riscos e facilita qualquer processo de compra ou venda de um carro seminovo.
Se você quer aprofundar ainda mais o tema e entender como cada taxa funciona, vale a leitura do nosso artigo sobre as diferenças entre IPVA e licenciamento.
