Rodas com três parafusos são seguras? O que você precisa saber sobre o Kwid
A fixação com três parafusos no Kwid gera dúvidas, mas a análise técnica mostra que o sistema é seguro e adequado ao projeto.
A discussão sobre rodas com três parafusos ganhou força no Brasil principalmente por causa do Renault Kwid.
Muitos compradores associam essa configuração a fragilidade ou insegurança e chegam a evitar o modelo por receio de que três pontos de fixação sejam insuficientes.
A dúvida é compreensível, já que a maioria dos carros compactos usa quatro parafusos e veículos maiores usam cinco.
Mas a quantidade de parafusos não determina sozinha a segurança da roda. O Kwid foi projetado para ser um carro leve e econômico e todo o conjunto de suspensão, freios e fixação das rodas foi dimensionado para esse peso específico.

Isso significa que três parafusos, no contexto do projeto do Kwid, atendem às normas de resistência e segurança exigidas para o segmento. O que realmente importa é a capacidade do sistema de suportar as cargas previstas e não apenas o número de fixadores.
Essa é a base para entender por que o tema gera tanta conversa e por que, na prática, não representa um risco adicional quando o veículo está em bom estado e recebe manutenção adequada.
Rodas com três parafusos são realmente piores ou inseguras?
A percepção de que rodas com três parafusos representam um risco maior não se confirma quando analisamos critérios de engenharia e dados de segurança.
A fixação da roda não depende exclusivamente da quantidade de parafusos, mas sim da resistência do conjunto formado por cubo, disco, roda, material e torque aplicado. Em veículos leves como o Kwid, três pontos de fixação suportam plenamente as cargas previstas em aceleração, frenagens e curvas.
Um ponto importante é que não há registros nem comunicados oficiais da Renault indicando fragilidade nesse sistema, e o modelo atende integralmente às normas de homologação brasileiras que incluem requisitos específicos para sistemas de suspensão e rodas.

Além disso, o Kwid passou pela avaliação do Latin NCAP, órgão independente que mede a segurança estrutural em colisões, e obteve três estrelas para adultos e três estrelas para crianças.
Embora esse teste não avalie diretamente a fixação das rodas, ele confirma que o conjunto estrutural do veículo atende aos padrões de proteção exigidos no mercado.
Isso significa que a configuração com três parafusos não torna as rodas mais propensas a soltarem ou quebrarem quando o carro está em boas condições e recebe manutenção correta.
Problemas relacionados a desprendimento de roda normalmente têm origem em fatores externos como montagem inadequada, parafusos reapertados de forma errada ou corrosão.
Existem outros carros que também usam três parafusos?
Embora o tema tenha ganhado destaque por causa do Kwid, essa configuração não é exclusividade dele nem algo novo na indústria.
Vários modelos compactos ao longo das últimas décadas adotaram três parafusos, principalmente quando o projeto buscava baixo peso, eficiência e simplicidade mecânica.
Entre os exemplos mais conhecidos estão:
Citroën AX e Saxo: carros urbanos extremamente leves, pensados para economia e uso diário. Utilizavam rodas com três parafusos em várias versões.
Peugeot 106 e 205: Modelos que marcaram a linha de compactos europeus e usaram o mesmo padrão em determinadas configurações.
Renault Twingo (primeira geração): outro subcompacto urbano que seguia a lógica de baixo peso e, portanto, adotava três parafusos em algumas versões.
Smart Fortwo: um dos microcarros mais populares do mundo também utiliza três parafusos em muitas de suas gerações, reforçando que esse padrão é comum entre veículos muito leves.
Em todos esses casos, a lógica é a mesma vista no Kwid: projetos extremamente compactos e leves, nos quais três pontos de fixação são suficientes para suportar as cargas previstas.

Esse tipo de roda exige mais cuidado?
Rodas com três parafusos não exigem cuidados extraordinários em comparação com rodas de quatro ou cinco parafusos. O que muda não é o tipo de sistema, mas a atenção que qualquer proprietário deve ter com a fixação das rodas.
No entanto, como o sistema possui menos pontos de ancoragem, erros de manutenção podem gerar efeitos mais perceptíveis, o que reforça a importância de seguir alguns cuidados básicos.
Reaperto com torque correto
A maioria dos problemas de desprendimento de rodas, em qualquer carro, ocorre por aperto incorreto. O torque errado pode gerar frouxidão ou deformação do parafuso. No Kwid, seguir o torque recomendado pela montadora é essencial para garantir distribuição uniforme das cargas.
Conferência após serviços de roda e pneu
Sempre que houver troca de pneus, rodízio ou balanceamento, vale a pena conferir o aperto após alguns quilômetros rodados. Isso é prática comum no setor e aumenta a segurança em qualquer tipo de fixação.
Uso de parafusos e rodas compatíveis
É fundamental evitar parafusos genéricos ou rodas de padrão diferente. A geometria da superfície de apoio e o comprimento exato do parafuso são calculados para o cubo original. Peças incompatíveis podem comprometer o contato adequado.
Evitar corrosão e sujeira na área de contato
Acúmulo de ferrugem, poeira ou tinta entre roda e cubo reduz o assentamento perfeito da roda, criando microfolgas que podem evoluir para vibração. Uma limpeza simples na montagem já elimina esse risco.

Troca de chicote ou uso de ferramenta pneumática
Ferramentas pneumáticas tendem a apertar além do necessário. Em carros com três parafusos, esse excesso pode concentrar tensão em poucos pontos. O ideal é apenas pré apertar com a pneumática e finalizar com chave de torque.
Três parafusos, zero mistério
A presença de três parafusos nas rodas do Kwid costuma gerar mais dúvida do que problema real. Quando entendemos o projeto do carro, os testes de segurança que ele cumpriu e os princípios básicos de engenharia, fica claro que esse sistema não representa fragilidade nem risco adicional.
Em um veículo leve como o Kwid, a fixação é plenamente suficiente, desde que receba a manutenção correta como acontece com qualquer outro carro.
No fim das contas a escolha do número de parafusos é uma decisão técnica, não um indicador de qualidade. O que realmente importa é o conjunto do veículo, seu estado geral e a confiança na procedência.
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