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Flushing no motor: mito ou manutenção importante?

27 de outubro de 2025 por Thaís ReisConteúdo atualizado em 27 de outubro de 2025 por Thaís Reis

O flushing é uma limpeza química que pode restaurar a eficiência do motor, desde que feito na hora certa e com avaliação profissional.

Mais do que um serviço complementar, o flushing no motor é uma limpeza química feita no sistema de lubrificação para eliminar a borra — aquele acúmulo de resíduos e óleo oxidado que pode comprometer o desempenho do motor ao longo do tempo.

O processo utiliza um fluido com alto poder detergente, capaz de dissolver impurezas que se aderem às partes internas e interferem na circulação do óleo.

Na teoria, é uma forma simples e rápida de recuperar a eficiência do sistema, mas ainda desperta dúvidas sobre sua real necessidade e os possíveis riscos de uso.

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Como é feito o flushing no motor?

O flushing é realizado pouco antes da troca de óleo, quando o motor ainda está quente o suficiente para facilitar a circulação do produto.

O procedimento consiste na adição de um solvente específico diretamente no óleo antigo, que permanece em funcionamento por alguns minutos em marcha lenta. Durante esse tempo, os aditivos detergentes do fluido dissolvem as partículas de borra e impurezas aderidas às galerias internas do motor.

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Após o período indicado pelo fabricante do produto, o fluido é drenado pelo cárter, levando junto os resíduos soltos. Em seguida, é feita a substituição do filtro de óleo e a colocação do novo lubrificante, que circulará em um sistema teoricamente limpo.

O processo é rápido, de baixo custo e não exige desmontagem de componentes, o que o torna atrativo para quem busca uma “limpeza preventiva” sem intervenções complexas.

Ainda assim, a eficiência do flushing depende de fatores como o tipo de óleo utilizado, o histórico de manutenção do carro e as condições internas do motor. Por isso, o procedimento deve ser sempre avaliado com critério e realizado apenas em oficinas de confiança.

Quais são os riscos do flushing no motor?

Apesar de parecer inofensivo, o flushing pode trazer consequências indesejadas quando aplicado de forma inadequada. O principal risco está na remoção brusca da borra acumulada em motores muito antigos ou com histórico de manutenção irregular.

Ao soltar grandes fragmentos de resíduos de uma só vez, o produto pode entupir canais de lubrificação, galerias de óleo e até o novo filtro. Isso compromete lubrificação e provoca o superaquecimento ou desgaste prematuro.

Outro ponto de atenção é o tipo de solvente utilizado. Produtos muito agressivos podem reduzir a viscosidade do óleo residual, deixar as superfícies metálicas desprotegidas e aumentar o o atrito entre componentes internos. Isso tende a acelerar o desgaste de peças sensíveis, como bronzinas, pistões e válvulas.

Quando o flushing é indicado

O flushing pode ser útil em situações específicas, mas não deve fazer parte da rotina de manutenção de todos os veículos.

Ele costuma ser indicado em motores que passaram longos períodos sem troca de óleo, que apresentam sinais de borra leve e funcionamento irregular.

Também pode ser considerado quando há dúvida sobre o tipo de óleo usado anteriormente, já que a limpeza ajuda a remover resíduos que poderiam reagir com o novo lubrificante.

Outra aplicação possível é em casos de troca de especificação de óleo, por exemplo, ao migrar de um lubrificante mineral para um sintético. Nesses casos, o flushing ajuda a eliminar traços do produto anterior e evita a contaminação da nova carga.

Ainda assim, o procedimento deve ser feito com cautela. Em motores modernos, com histórico de manutenção regular e uso de óleos de qualidade, a prática tende a ser desnecessária.

Já em motores antigos e com borra avançada, o risco de deslocar resíduos grandes supera qualquer benefício. Por isso, a avaliação prévia do estado interno do motor é essencial antes de autorizar o serviço.

Gostou das dicas? E se você tiver interesse em ampliar seus cuidados com o automóvel, recomendo a leitura do nosso artigo ”Lavar o motor do carro: é seguro ou traz riscos?”.

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