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Elas aceleraram: mulheres que mudaram o mundo automotivo

29 de outubro de 2025 por Thaís ReisConteúdo atualizado em 29 de outubro de 2025 por Thaís Reis

Da primeira viagem de carro às pistas e cargos de liderança, conheça as mulheres que desafiaram padrões e ajudaram a moldar o futuro da mobilidade.

Durante muito tempo, o setor automotivo foi visto como um território masculino. Mas a história mostra o contrário. Desde as primeiras viagens de carro até as competições mais disputadas do mundo, as mulheres sempre estiveram ali, movidas por curiosidade, coragem e paixão por velocidade.

Elas não ficaram apenas no banco do passageiro. Pilotaram, criaram, lideraram equipes e reinventaram a forma de pensar a mobilidade. A cada conquista, mostraram que dirigir, competir e inovar também é coisa de mulher.

Neste conteúdo, vamos relembrar algumas das figuras marcantes que ajudaram a mudar a rota do automobilismo e da indústria. De pioneiras que desafiaram regras a líderes que inspiram o futuro, todas deixaram um legado que continua acelerando novas gerações.

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Bertha Benz: quando dirigir era um ato de coragem

Em 1888, Bertha Benz fez o que muita gente consideraria impensável: pegou o carro inventado pelo marido, Carl Benz, e partiu em uma viagem de mais de 100 quilômetros entre Mannheim e Pforzheim, na Alemanha.

Sem avisar ninguém, levou os filhos e seguiu pelas estradas de terra com um objetivo claro: provar que o automóvel era viável.

Imagem: Reprodução

Durante o trajeto, precisou improvisar soluções para continuar a jornada. Comprou combustível em uma farmácia, usou uma liga de meias para limpar o motor e pediu ajuda a um ferreiro para consertar uma corrente.

No fim da viagem, Bertha não só mostrou que o carro funcionava como também registrou o primeiro “test drive” da história.

A aventura dela foi mais do que uma demonstração de bravura. Foi um marco que ajudou a transformar o automóvel de invenção em produto. Hoje, a Mercedes-Benz reconhece Bertha como parte essencial da sua origem, a mulher que literalmente colocou o carro em movimento.

Maria Teresa de Filippis: a primeira mulher na Fórmula 1

Em uma época em que as pistas eram dominadas por homens e os carros de corrida exigiam força e coragem, Maria Teresa de Filippis decidiu que queria competir.

Nascida na Itália em 1926, começou a correr quase por acaso, após ouvir de amigos que “mulheres não conseguiam dirigir rápido”. Em poucos meses, já vencia corridas regionais e chamava a atenção pelo talento.

Imagem: Reprodução

Em 1958, fez história ao se tornar a primeira mulher a disputar uma prova oficial da Fórmula 1. Pilotando um Maserati 250F, enfrentou desafios que iam muito além da velocidade: preconceito, limitações técnicas e a falta de apoio dentro das próprias equipes. Ainda assim, conquistou seu lugar entre os grandes nomes do automobilismo.

A carreira de Maria Teresa foi curta, mas o impacto durou décadas.

Ela abriu caminho para outras pilotas acreditarem que o lugar delas também podia ser no grid. Sua coragem se tornou símbolo de resistência e inspiração dentro e fora das pistas.

Michèle Mouton: a que conquistou o rally mundial

Nos anos 1980, Michèle Mouton quebrou todas as expectativas ao se tornar uma das maiores pilotas de rally da história. Francesa e apaixonada por velocidade, ela começou a competir quase por diversão, mas logo mostrou que tinha talento para disputar em alto nível.

Em 1981, entrou para a equipe oficial da Audi e passou a pilotar o lendário Audi Quattro, um dos carros mais potentes e desafiadores da época.

Imagem: Reprodução

No ano seguinte, venceu quatro etapas do Campeonato Mundial de Rally e ficou com o vice-campeonato, um feito que nenhuma outra mulher repetiu até hoje.

Michèle enfrentava pistas perigosas, jornadas exaustivas e o preconceito de rivais que não aceitavam ser ultrapassados por uma mulher.

Ainda assim, sua habilidade, precisão e resistência fizeram dela uma lenda. Anos depois, continuou contribuindo para o esporte como dirigente e defensora da presença feminina nas competições.

Mary Barra: liderança e inovação na General Motors

Quando Mary Barra assumiu a presidência da General Motors em 2014, ela se tornou a primeira mulher a liderar uma grande montadora global.

Sua trajetória dentro da empresa começou décadas antes, ainda como estagiária de engenharia. Com o tempo, passou por diversas áreas, da linha de produção à diretoria de desenvolvimento de produto, e construiu uma carreira marcada por competência técnica e visão estratégica.

Imagem: Reprodução

Sob sua liderança, a GM passou por uma das maiores transformações da sua história. Mary direcionou os investimentos para veículos elétricos, tecnologias autônomas e sustentabilidade, reforçando a imagem da marca como uma empresa voltada para o futuro.

Mais do que uma executiva de sucesso, Mary Barra é símbolo de representatividade em um setor que ainda tem pouca presença feminina nos cargos de decisão.

Sua gestão mostra que inovação também é feita de inclusão e que o protagonismo das mulheres pode redefinir os rumos da indústria automotiva.

Bia Figueiredo: a brasileira que acelerou no topo do automobilismo

No Brasil, o nome de Bia Figueiredo se tornou sinônimo de pioneirismo. Desde pequena, ela sonhava em correr profissionalmente, e transformou esse sonho em uma trajetória sólida nas pistas.

Foi a primeira mulher sul-americana a disputar a Fórmula Indy, uma das categorias mais competitivas do automobilismo mundial, e também a primeira a vencer uma prova da Indy Lights, categoria de acesso à principal.

Imagem: Divulgação | Motors Sport

A carreira de Bia sempre foi marcada por determinação. Entre treinos, patrocínios e desafios físicos, ela conquistou respeito e espaço em um ambiente ainda dominado por homens.

Além das competições, participa de projetos que incentivam meninas e jovens pilotos a seguirem no esporte, fortalecendo o papel feminino no automobilismo brasileiro.

Com seu talento e persistência, Bia Figueiredo se tornou um exemplo de que a velocidade também pode ser um caminho de superação e inspiração. Sua presença nas pistas abriu novas possibilidades para outras mulheres que sonham em acelerar profissionalmente.

Quando o volante também é símbolo de transformação

O papel das mulheres no setor automotivo vai muito além das histórias individuais. Hoje, elas ocupam posições estratégicas em engenharia, design, marketing e pesquisa, e influenciam diretamente o desenvolvimento de tecnologias mais seguras, sustentáveis e acessíveis.

Esse avanço reflete uma mudança estrutural: a indústria começa a reconhecer o olhar feminino como essencial para entender novos comportamentos e necessidades.

Montadoras e equipes de corrida criam programas de incentivo e inclusão, e universidades registram aumento na participação de mulheres em cursos ligados à mecânica e engenharia automotiva.

A presença feminina ajuda a tornar o setor mais diverso, inovador e conectado com o futuro. O volante, que antes representava apenas direção, hoje simboliza autonomia, representatividade e transformação.

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