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Chips automotivos: por que eles são essenciais nos carros?

28 de outubro de 2025 por Thaís ReisConteúdo atualizado em 28 de outubro de 2025 por Thaís Reis

A dependência global de chips transformou a indústria automotiva e ainda define o ritmo do mercado. Entenda como eles impactam a fabricação e o valor dos carros no Brasil.

Hoje, praticamente todos os veículos, mesmo os mais simples, dependem de chips para funcionar. A central eletrônica que regula o motor, os sensores de segurança, o painel digital, o ar-condicionado automático e até o sistema de partida usam semicondutores.

Com o avanço da tecnologia, a presença desses componentes aumentou de forma exponencial. Um carro moderno pode ter entre 1.000 e 3.000 chips, dependendo do nível de sofisticação.

Modelos elétricos e híbridos utilizam ainda mais, pois exigem controle eletrônico preciso para baterias, motores e sistemas de regeneração de energia.

Essa eletrificação crescente trouxe conforto e segurança, mas também expôs uma dependência global — e foi justamente essa dependência que gerou um dos maiores gargalos da indústria automotiva nos últimos anos.

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O que são os chips automotivos?

Os chips, ou semicondutores, são pequenas peças feitas de materiais como silício, capazes de conduzir e controlar correntes elétricas. Funcionam como o “cérebro” de cada sistema eletrônico.

No carro, eles estão presentes em módulos de controle, conhecidos como ECUs (Electronic Control Units), responsáveis por executar funções específicas:

  • Controle do motor: regulam a injeção eletrônica e o tempo de ignição.
  • Sistemas de segurança: coordenam airbags, ABS, controle de tração e estabilidade.
  • Conectividade: processam dados de sensores, câmeras e multimídias.
  • Conforto e assistência: atuam em ajustes automáticos de bancos, sensores de chuva, estacionamento e condução assistida.

Sem esses componentes, os sistemas eletrônicos simplesmente não funcionam, o que explica por que a falta de chips paralisou linhas de produção inteiras.

Por que eles são tão importantes?

Os chips tornaram o carro mais inteligente e seguro. São eles que possibilitam:

  • A comunicação entre sensores e atuadores.
  • A eficiência energética, com consumo otimizado de combustível.
  • O controle de emissões, essencial para atender normas ambientais.
  • A integração com smartphones e sistemas de bordo.

Com a popularização dos carros conectados e a transição para a mobilidade elétrica, os semicondutores deixaram de ser apenas parte do sistema eletrônico e se tornaram centrais na engenharia automotiva.

Cada novo recurso, do piloto automático a freio autônomo, exige mais processamento e, portanto, mais chips.

A crise dos chips e seus impactos na indústria

A escassez global de semicondutores começou no início de 2020, durante a pandemia de Covid-19, e seus efeitos se estendem ate hoje. O problema surgiu de uma combinação de fatores que afetaram simultaneamente a demanda, a produção e a logística mundial.

Com o isolamento social, houve um aumento expressivo no consumo de eletrônicos, como notebooks, smartphones e videogames. Segundo a consultoria Gartner, a demanda global por chips cresceu mais de 25% entre 2020 e 2021, enquanto a capacidade produtiva das fábricas permaneceu praticamente estável.

Ao mesmo tempo, as montadoras reduziram temporariamente os pedidos de semicondutores, prevendo queda nas vendas durante a pandemia.

Quando o mercado automotivo se recuperou de forma inesperadamente rápida no segundo semestre de 2020, as fabricantes de chips já estavam com suas linhas comprometidas com o setor de eletrônicos — o que gerou um gargalo imediato.

Outro fator determinante foi a alta concentração geográfica da produção. Mais de 70% dos semicondutores automotivos vêm de fábricas na Ásia, principalmente de Taiwan, Coreia do Sul e China.

Quando parte dessas operações foi afetada por lockdowns e problemas logísticos, a cadeia global parou. O transporte marítimo encareceu, os prazos de entrega aumentaram e o custo de produção disparou.

No Brasil, o reflexo foi imediato. Dados mostram que a produção nacional caiu 13% em 2020, e o número de licenciamentos de veículos novos foi o menor em 16 anos.

Por que é um ponto de atenção no presente e para o futuro?

A crise dos chips deixou um alerta que ainda orienta decisões no setor automotivo. Mesmo com a normalização gradual da produção, a dependência de semicondutores importados continua alta, e qualquer instabilidade logística ou política pode provocar novos atrasos.

Além disso, a tendência de digitalização dos veículos — com sistemas avançados de assistência, conectividade e eletrificação — exige uma oferta cada vez maior desses componentes.

Por isso, fabricantes, fornecedores e governos têm investido em monitoramento constante da cadeia de suprimentos e em estratégias de diversificação produtiva.

O desafio é garantir previsibilidade e reduzir vulnerabilidades diante de um cenário global ainda sensível. Para o consumidor, isso se traduz em um mercado mais sujeito a variações de preço e disponibilidade, tanto para veículos novos quanto para seminovos.

Entender a tecnologia é parte da boa escolha

Os chips automotivos mostraram que a tecnologia está no centro da mobilidade. Eles controlam desde as funções mais simples até os sistemas que garantem eficiência, segurança e conectividade.

Por isso, compreender como esses componentes influenciam o mercado e o preço dos veículos é essencial para quem pensa em comprar um carro.

Quer continuar entendendo como a tecnologia está moldando o futuro dos carros? Leia também o artigo “Tecnologias automotivas: o que já está nos carros e o que vem por aí” e descubra como a inovação vem transformando a forma de dirigir.

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